Sobre posicionamento
Lutar contra o racismo é assunto denso, mas que precisa ser discutido com calma, e de preferência sem brincadeiras. Sou daquele time que não curte a memetização dos símbolos, nem a banalização das lutas. Prefiro entender realmente do que estou falando e o porquê. Mais do que isso, prefiro dar voz a quem já produz conteúdo ou deixa muito bem claro seu posicionamento. Me apropriar do momento e parecer que conheço ou faço parte de movimentos que não participo ativamente no dia a dia, ou não conheço, não são atitudes aceitáveis pra mim.
Torço para que essa mobilização contra o racismo traga voz e entendimento sobre atitudes racistas que nos atravessam todos os dias. A Nathaly Bispo conseguiu demonstrar muito bem em uma de suas publicações: “pessoas pretas não são hashtag”.
Nesse sentido, sempre vou preferir repostar conteúdo e complementar se for possível para dar voz a quem realmente tem a luta antirracista como instrumento de trabalho. Se posicionar em rede social é importante, mas tão importante quanto, é conseguir falar sobre racismo no dia a dia e expor a necessidade de combater racistas em cada fala, em cada atitude dessas pessoas que somos obrigados a conviver.
O questionamento sobre quantas pessoas pretas trabalham na sua empresa precisa sempre estar circulando, quantas pessoas pretas tem cargos de chefia, quantas pessoas pretas foram promovidas, quantas pessoas pretas estão nos restaurantes que você frequenta, no supermercado fazendo compras… Quantas estão na mesma posição que você e quantas estão te servindo? E por que isso AINDA acontece?
Qual seu papel e sua responsabilidade na manutenção dessas práticas? Como você pode fazer algo para que isso acabe? Não é melhorar, é ACABAR!
É um assunto extenso, cheio de camadas, mas quis deixar registrada a forma como eu ajo, todo dia, em cada cobrança que fiz e faço para quem eu convivo e pra mim.
